
Inicialmente, chamava-se Escola Maria Pia, em homenagem à rainha. Tinha 45 alunas inscritas, tendo muitas delas, entretanto, desistido. Os motivos da desistência parecem relacionar-se com a sua localização, considerada já no extremo da cidade e de difícil acesso, e com o facto de, erradamente, se pensar que podia fornecer habilitação para o exercício do magistério primário, nova carreira um pouco antes aberta às mulheres. Por isso, apenas terminam 26 alunas, com aproveitamento, a frequência desse primeiro ano.
A Escola tem uma feição eminentemente prática, visando "iniciar no país o ensino de carreiras produtivas que podem e devem pôr a mulher (...) ao abrigo das necessidades, habilitando-a a ganhar honestamente os meios de subsistência", como consta do relatório da Escola Maria Pia relativo ao ano lectivo de 1885-1886. Ministrava 4 cursos: lavores, tipografia, telegrafia e escrituração comercial. Contudo, quer professores quer alunas têm aspirações mais altas, já nessa altura contrariadas pela "estreiteza da casa".

A partir deste momento, a frequência foi crescendo sempre e, em 1911, o Liceu Maria Pia acaba por ser transferido para o palácio Valadares, no Largo do Carmo. Apesar desta mudança representar um grande progresso, o edifício é considerado ainda pequeno, sendo forçoso o desdobramento das alunas em 2 turnos. Por isso, o ideal seriam instalações próprias, semelhantes às dos liceus masculinos da capital. Mas o corpo docente deseja mais: pretende também a frequência dos cursos complementares e, desse modo, a elevação à categoria de Liceu Central. Foi o que veio a acontecer, em 1917, por decreto do Presidente da República, Sidónio Pais, passando a escola a denominar-se "Liceu Central de Almeida Garrett".
O problema das instalações continuava por resolver e arrastou-se ao longo de vários anos, não obstante, após a mudança para o Largo do Carmo, ter sido nomeada uma comissão encarregada de escolher o terreno e elaborar o projecto de construção de um novo edifício.
Um primeiro projecto, da autoria do arquitecto Ventura Terra, acabará por ser substituído por outro, o actual, embora baseado no anterior, nomeadamente no que se refere ao átrio e à escadaria central.
Por fim, no ano lectivo de 1933-1934, o Liceu, já há alguns anos denominado Liceu Feminino de Maria Amália Vaz de Carvalho, abre as suas novas e definitivas dependências na rua Rodrigo da Fonseca.

Com a unificação do Ensino Secundário, o Liceu passa, tal como todos os restantes liceus do país, a designar-se Escola Secundária.
O crescente número de alunos, provenientes dos mais diversos bairros de Lisboa, obriga à abertura de um terceiro turno. A Escola receberá também os cursos nocturnos e o 12º ano nas suas duas vias - a profissionalizante e a de ensino.
Posteriormente, a exiguidade das instalações obriga à manutenção de, apenas, esta última via e dos seus 4 primeiros cursos.
Aberta a alunos, a Escola também está aberta à formação profissional dos seus professores. Aqui se realizam alguns dos estágios ditos "clássicos" e estágios do ramo educacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da Universidade Autónoma.
Muitas das antigas alunas do Liceu ocupam, hoje, lugar de relevo na sociedade portuguesa, participando, conscientemente, na nossa vida colectiva através do exercício de variadas profissões e actividades.